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Onde andas, Gabriela do jacarandá?


Ando às voltas com as palavras. Gosto mais de escrever no Outono e no Inverno, quando é tempo de recolher, o chá fumega e o azinho crepita. O calor, a luz e as noites longas baralham-me, literalmente, a escrita. Hoje ando a olhar para as paredes a ver se chega alguém às minhas páginas mas não aparece ninguém desse caminho etéreo onde vivem as personagens dos meus livros. Vou à cozinha, como pão com nutella, faço a auto-punição devida por conta das calorias e nada. Espreito o facebook e o whatsapp, pode ser que uma frase ou uma palavra me inspirem. Rien. Ainda tento melancia fresca. Nop. Nem o meu ritual habitual do incenso mais as 3 velas, uma por cada anjo que me guarda, parece resultar. Finalmente assumo que hoje não é o dia, talvez porque está muito calor e a Gabriela e o primo Joca do meu novo romance de jacarandás não lhes apeteça mesmo nada descer até à minha mesa e à ponta dos meus dedos.

Hoje não é o dia. Acontece.


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