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A inspiração como um doce gelado de mirtilo


Não sei de onde vem a inspiração, parece cliché mas juro que não é, eu própria sempre que ouvia um autor dizer isto pensava para mim que era uma grande treta, pois não é. O livro que está prestes a sair tem 47 histórias, todas diferentes. O processo é, para mim que já desisti de o tentar perceber e prefiro saboreá-lo como um doce gelado de mirtilo, misterioso e mágico - de repente numa folha em branco começam a aparecer gente e lugares e cheiros, cores do campo e maresias de oceano. Há histórias de amores e desamores que nunca vivi nem ouvi falar, há histórias de gente e de vidas que nunca conheci. Escrevi empurrada por sei lá que força sobre marinheiros, abandonos, encontros e estações de metro, mulheres e gatos malhados. Vão poder ler sobre cartazes na parede, merlots de madrugada, amantes escondidos e pães de véspera. Pais, mães, bairros de lata, gaivotas e arroz de pato. Confusos? LOL. Aguenta :)

Hoje deixo mais um pedacito pelo qual tenho um apreço muito especial e que tenho a certeza que vão adorar porque é bordado a ternura.

"Vinham sempre à mesma hora, não sem antes se arranjarem cuidadosamente um para o outro. Ela num duche demorado, jasmim na pele nua, aveia no cabelo negro e um leve tom no rosto, preceitos que rematava com um batom discreto, lábios de rosa chá. Ele, bem, ele era todo nervos às voltas no quarto minúsculo até acertar com o vestir, quase sempre o mesmo, que a vida não permitia vaidades nem grandes nem pequenas.." in Não te esqueças de Sentir


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